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A vida no piloto automático


É muito comum colocarmos a responsabilidade pelos nossos processos de adoecimento nos contextos externos que vivenciamos. Hora é o trabalho, hora uma relação tóxica que mantemos, hora alguma crise que esteja passando a sociedade e nós, como parte dela, sofrendo seus revezes.


Em todas estas situações, perceba que nos colocamos sempre na posição de vítima, tendo sempre do outro lado um opressor, um algoz. Quando fazemos isto, conscientes ou não, entregamos a alguém ou a algum contexto externo os cuidados com a nossa saúde física e mental. Nos eximimos da responsabilidade de cuidarmos de nós mesmos, sustentando esta decisão com argumentos bastante convincentes, primeiro para nós mesmos e depois para os outros.


Não quero dizer que o contexto externo não influencia ou impacta negativamente nossas individualidades, mas o fato é que esta influência negativa é consentida por nós na medida em que nos submetemos a elas nos mais diversos âmbitos de nossas vidas. Em geral, não percebemos a toxicidade de ambientes e relações ultrapassando nossos limites internos e, com o tempo, gerando nosso adoecimento. No campo dos sentimentos, começam a surgir o medo, a ansiedade e a raiva, revelando-se no nosso corpo inicialmente como taquicardias ou gastrites, podendo evoluir para as mais distintas doenças físicas e mentais.


Para rompermos este processo, precisamos tomar consciência de nossa responsabilidade neste contexto e assumir as rédeas de nossa vida. Compreender quais decisões que tomamos no passado são responsáveis pela situação vivenciada hoje pode ser o ponto de partida para, mais conscientes, mudarmos hábitos e atitudes, colhendo resultados melhores e mais salutares.


Essa caminhada é complexa e para a vida toda. Mas ela precisa ter um começo. Então, que possamos dar início o quanto antes!

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