Quando faço uma retrospectiva da minha carreira e busco identificar o estilo de liderança das mulheres com as quais interagi, fica muito marcante um perfil de temperamento colérico, com uma capacidade de liderar e realizar muito grande, ainda que este temperamento fosse fomentado pelo machismo estrutural.
Os ambientes de trabalho normalmente não valorizam a essência do potencial feminino e, como forma de adaptação a esta cultura antiquada, as mulheres acabam buscando desenvolver aspectos mais presentes do lado masculino.
Recordando a trimembração do ser humano na visão da antroposofia em Pensar, Sentir e Agir, observo que nos ambientes corporativos o que mais falta é a capacidade de estabelecer relações de confiança, promover a cooperação e exercer a empatia. E todas estas questões falam especialmente com a dimensão do Sentir o ser humano. Eu acredito que as mulheres, de forma muito natural, trazem em si esta potência do Sentir, que é justamente a dimensão menos desenvolvida nas lideranças presentes hoje nas corporações. A capacidade intuitiva e de percepção do que é subjacente aos problemas, portanto as verdadeiras causas raízes que precisam ser cuidadas, são mais facilmente percebidas pelas mulheres.
Meu desejo, neste momento em que celebramos em especial a mulher mãe, é que de um lado as organizações criem mais espaço para vivenciarem o feminino que acolhe, sente e percebe; e de outro, que as mulheres cada vez mais se sintam encorajadas a se colocarem nas organizações a partir de sua essência integral.
Tenho certeza que o resultado deste empreender tornará os ambientes corporativos mais acolhedores, cooperativos e frutuosos.
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