Reproduzir e diferenciar, o equilíbrio que gera vida.
- elos
- 20 de set. de 2023
- 2 min de leitura

Perceber as organizações como organismos vivos é para mim uma crença fruto de observação e vivência. Eu não consigo mais observar qualquer fenômeno neste contexto sem considerar observá-lo de forma integral, contemplando todas as suas dimensões e sistemas. Como se um ser humano fosse. Para além das dimensões mais concretas de recursos e processos, também as dimensões mais sutis de relação e identidade. Assim como ao observar um ser humano, por exemplo a nós mesmos, considerando nosso corpo físico, alma e Eu ou espírito. Sob este contexto, gostaria de chamar atenção para uma polaridade bastante crítica para o desenvolvimento de qualquer organismo vivo. O desenvolvimento do equilíbrio entre reproduzir e renovar. Se tomarmos como exemplo um embrião humano, podemos observar em determinado ritmo há uma intercalação entre da fase de reprodução celular com outra fase de pausa e diferenciação celular. A cada ciclo um novo órgão ou tecido é concebido e criado de forma que o corpo humano começa a tomar sua forma arquetípica. Se ainda neste contexto do corpo humano buscarmos uma referência de algo que apenas se reproduz indefinidamente, vamos encontrar a célula cancerígena, que sem limite, sem pausas, provoca o adoecimento de todo o organismo com seu crescimento desenfreado.
No contexto organizacional, não é diferente. Se não há espaço para pausa, reflexão e inovação, para pensar o sentido do fazer deste organismo, focando exclusivamente em resultados de curto prazo e na exclusiva reprodução do que um dia no passado foi concebido. É bem provável que este organismo esteja adoecido ou em processo de adoecimento. Consequências mais diretas associadas a este fenômeno são o esgotamento do time, aumento de turnover, frequentes situações de conflito nos times e no médio e longo prazo, impacto em resultado financeiro. Sair desse círculo fechado demanda tomada de consciência pela alta gestão deste estado da organização para a partir daí criar momentos de reflexão estratégica, com disposição para escolher e também para renunciar.
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